11 de julho de 2014

Comitiva técnica de Santa Quitéria visita Caetité

Três representantes da Secretaria de Meio Ambiente da cidade de Santa Quitéria (CE) e um integrante da ONG Cactus percorreram o município de Caetité (BA) durante quatro dias, no início deste mês, para conhecer melhor o trabalho das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a interação da empresa com a população da cidade baiana, onde está localizada a única mina de urânio atualmente em atividade no país. A viagem foi motivada pelo fato de em Santa Quitéria estar em processo de licenciamento um projeto de lavra e beneficiamento da jazida Itataia, onde o urânio se encontra associado ao fosfato, e a INB formar junto à empresa Galvani o consórcio responsável pelo empreendimento.
O grupo esteve com representantes da Associação de Agricultores Familiares e Remanescentes de Quilombos Riachenses, na comunidade Riacho da Vaca, que fica próxima à unidade da INB de Caetité, conversou com representantes do Sindicato dos Trabalhadores rurais do município, da Secretaria municipal de Meio Ambiente, do Movimento das Mulheres Camponesas da Bahia e da Associação de Moradores do Bairro da Feira Velha.
Todas as oportunidades de contato com a comunidade foram aproveitadas para tirar dúvidas. “Aproveitamos o dia a dia, na hora de comer um sanduíche, por exemplo, para fazer questionamentos e tentar conhecer de fato a realidade não só da indústria, mas da população de Caetité”, contou Júlio César Muniz, da ONG Cactus, esclarecendo que viajou por conta própria: “Para poder ter a isenção, fazer nosso trabalho como a gente tem que fazer e passar para população de Santa Quitéria o que escutamos da população de Caetité”.
A ONG que Júlio César representa presta assistência técnica para aproximadamente 2.500 famílias de agricultores nos municípios de Santa Quitéria, Itatira e Canindé, no entorno da jazida de Itataia. Para o representante da Cactus, valeu a pena ouvir os caetiteenses: “Eu prefiro estudar, conhecer, para depois tirar minhas conclusões, e não ser oposição ou a favor sem ao menos saber a realidade. Volto mais tranquilo”.
O biólogo Diego Matos Moura se surpreendeu positivamente com o que viu e ouviu em Caetité. “A aceitação é grande em relação à mina. Eu esperava um receio maior do que eu encontrei conversando com as pessoas. Nós estivemos reunidos com várias instituições, visitamos comunidades locais, no entorno da mina, e a grande maioria dos depoimentos desmistificou todo tipo de prejuízos que haviam sido citados por algumas pessoas que visitaram Santa Quitéria com informações completamente equivocadas, até promovendo um desserviço”, opinou.
O grupo também esteve na Unidade de Concentrado de Urânio da INB. O sanitarista ambiental José Bezerra de Souza Júnior ficou impressionado com a harmonia entre os diversos setores da unidade e a segurança que envolve todo o processo de mineração e beneficiamento do urânio: “Tudo de acordo com o que li sobre normas da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Me impressionou a segurança que é essa atividade que Santa Quitéria vai receber”.
O secretário de Meio Ambiente de Santa Quitéria, Homero Novaes, pela segunda vez em Caetité, lembrou que a exploração do urânio sempre leva a questionamentos, por isso a troca de experiências é importante. “Tivemos várias respostas às nossas dúvidas e estamos voltando com o sentimento do dever cumprido em Caetité”, afirmou, destacando que ainda pretendem visitar Poços de Caldas (MG), onde funcionou a primeira unidade de beneficiamento de urânio do Brasil, Resende (RJ), onde está instalada a Fábrica de Combustível Nuclear da INB, e Angra dos Reis (RJ), município que abriga as usinas nucleares brasileiras, operadas pela Eletronuclear. “Provavelmente a gente voltará outras vezes a Caetité, porque são muitos anos de história, uma história que não é só de Caetité, é do Brasil, do mundo, que é a questão das energias”.

AVSQ
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