12 de novembro de 2015

Mais da metade dos assassinatos de jovens no Estado do Ceará está ligada ao tráfico de drogas

O secretário de Segurança Pública do Ceará informou à CPI da Violência contra os Jovens nesta última quarta-feira (11), no Senado Federal, que os assassinatos estão cada vez mais relacionados às drogas, especialmente ao crack.

No Ceará, de cada dez homicídios, em cerca de sete há o envolvimento de tóxicos. Se antes, de acordo ele, as maiores ocorrências eram de apreensão de maconha, hoje são as de derivados de cocaína. Uma pedra de crack, por exemplo, custa menos que R$ 10,00.

‘Enxugando gelo’
Diante das informações, o relator da CPI da Violência contra os Jovens, senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comparou a política brasileira de combate às drogas à prática de “enxugar gelo”. Lindbergh admite que esse não é um diálogo fácil a travar com a sociedade, mas disse que as normas atuais causam mortes de policiais, de inocentes e de jovens.
A presidente da comissão parlamentar de inquérito também defendeu mudanças na legislação. Segundo a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), a continuidade da atual política de combate às drogas leva a um processo sem fim de realimentação da violência.

Mapa da Violência
O secretário confirmou à CPI a informação já divulgada pelo Mapa da Violência 2015, de aumento dos casos de vítimas fatais de armas de fogo no Ceará. Segundo o estudo organizado por Julio Jacobo Waiselfisz, entre 2002 e 2012, as ocorrências deste crime aumentaram 245% no Ceará. No entanto, apresentaram números que mostram uma queda neste tipo de homicídio de 2014 para cá.
O secretário de Segurança Pública do Ceará, Delci Carlos Teixeira, assegurou que os índices de criminalidade estão 10,2% menores neste ano do que em 2014. De acordo com ele, isso é fruto de uma ação integrada entre as polícias, os bombeiros, além de outras autoridades públicas. Para Teixeira, essa parceria é fundamental porque a polícia sozinha não dá conta de coibir a violência.
“São necessárias ações do governo para recuperar as praças. Melhorar a iluminação pública para que a população possa voltar às ruas. Nós temos que colocar esses jovens nas escolas em tempo integral. Os jovens precisam de espaços para o lazer e para a prática de esportes no período noturno” afirmou Teixeira.
Apesar da redução da violência, de acordo com Teixeira, apenas este ano, 1.380 jovens entre 12 e 24 anos foram assassinados no Ceará. Do total, 1.322 eram do sexo masculino. No ano passado foram 1.601 homicídios. Na Região Nordeste a média é de 38 assassinatos para o mesmo grupo de 100 mil pessoas.

Agência Senado
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