17 de agosto de 2015

Atos contra Presidente Dilma ocorrem em 26 estados e no Distrito Federal

O Brasil registrou, ontem, protestos contra o governo Dilma no Distrito Federal e em todos os estados. De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 790 mil pessoas participaram dos atos em 205 cidades. O maior volume foi registrado em São Paulo, onde, segundo a PM, 350 mil pessoas foram à Avenida Paulista. Já o Datafolha contabilizou 135 mil manifestantes.
Na capital federal, cerca de 25 mil manifestantes, de acordo com a PM, e 80 mil, segundo os organizadores, participaram dos protestos na Esplanada dos Ministérios. O ato teve início às 9h30 e começou a esvaziar por volta das 13h. A PM mobilizou dois mil policiais para garantir a segurança do evento, que foram aplaudidos pelos manifestantes quando chegaram.
Os protestos em Brasília tiveram como alvo não só a presidente Dilma Rousseff e o PT, mas também os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Ao microfone do alto de um carro de som, um dos manifestantes chamava Renan de "vagabundo". Um folheto distribuído pelo movimento "Vem pra Rua", com mensagens de apoio à operação Lava-Jato e às ações da Justiça e da Polícia Federal, também foi lida. A mensagem pedia que os parlamentares acatassem os pedidos de impeachment e promovessem uma reforma política.
O texto, assinado pela coordenação do movimento, trazia mensagens diretas a alguns líderes políticos. Citava Cunha com o seguinte recado: "Nossos heróis nunca serão corruptos". O panfleto questionou ainda o procurador-geral da República, Rodrigo Janot: "De que lado o senhor está?". O coro mais presente no ato, contudo, era o de "Fora Dilma" e "Fora PT".

Retrospecto
Os protestos contra a presidente Dilma de ontem reuniram um público maior do que as manifestações de abril, mas menor do que as de março. Em abril, haviam sido 521 mil e, em março, 1,7 milhão. A única capital que não registrou protestos foi Porto Velho (RO). Os números de ontem e de abril, no entanto, não incluem os manifestantes do Rio e do Recife, onde a PM não liberou estimativas. Organizadores estimam os públicos em 100 mil e 50 mil, respectivamente.
A terceira manifestação nacional contra o governo Dilma neste ano aconteceu depois de uma semana em que a presidente ganhou fôlego político, com decisões favoráveis a ela no Judiciário e uma reaproximação com o Senado, especialmente por meio do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Entretanto, os brasileiros que foram às ruas ontem não pareciam dispostos a dar trégua à presidente. Além de Brasília, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife destacavam-se enormes faixas verde- amarelas com os dizeres "Impeachment já" em preto.
Os manifestantes não pouparam também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade chegou aos 80% quando comandou o País. Na capital federal, um enorme boneco inflável fazia referência a um Lula vestido de presidiário.
Uma faixa colada num carro de som mostrava a linha sucessória à Presidência da República formada pelo vice-presidente Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O detalhe é que todos os nomes estavam marcados um "x" na cor preta.

Contra corrupção
Apoiadores das dez propostas contra a corrupção que foram elaboradas pelo Ministério Público Federal (MPF) se espalharam pela Esplanada dos Ministérios para colher assinaturas que endossassem o projeto.
As propostas são defendidas publicamente por procuradores federais, como o coordenador da Força Tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná, Deltan Dalagnol. Os manifestantes que assinaram o documento de apoio ao projeto admitiram, porém, não saber exatamente o conteúdo das propostas, que preveem, por exemplo, tornar corrupção um crime hediondo.
O cozinheiro André Felipe Pereira disse ter assinado mesmo sem conhecer as propostas pois quer o fim da corrupção e "confia no juiz Sergio Moro (responsável pelas ações da Lava-Jato na Justiça Federal)", que conduz as investigações baseadas em Curitiba, no Paraná.
"Sobre Moro, total confiança, mas sobre o procurador-geral Rodrigo Janot tenho um pé atrás. Acho que ele está favorecendo o governo, com essa decisão de não investigar a Dilma e encontros secretos com ministros", opinou.

Diário do Nordeste
Compartilhe essa materia:

0 comentários:

Postar um comentário

Todos os comentários são lidos pela Equipe do Blog.

São publicados aqueles que respeitam as regras abaixo.

- Seu comentário precisa ter relação com o assunto da matéria.
- Não serão aceitos comentários difamatórios, caluniosos e demais ataques.
- Se o seu comentário Repeita as Regras, o seu comentário permanecerá no blog.