27 de outubro de 2014

Brasil precisa se livrar do PMDB, diz Cid Gomes


Seguindo o ritmo de poucas palavras que o acompanhou na campanha eleitoral, o petista Camilo Santana  (PT) economizou, ontem, nas respostas à imprensa, antes de conhecer o resultado das urnas, evitando perguntas como a participação do PT nacional em sua campanha e a divisão do partido no Ceará, em que o grupo da ex-prefeita Luizianne Lins faz oposição à Prefeitura de Fortaleza e ao Governo do Estado. Já o governador Cid Gomes fez duras críticas ao PMDB, pregando enfrentamento à legenda.
Depois de votar no município de Barbalha e acompanhar o governador Cid Gomes em Sobral, Camilo Santana seguiu para Fortaleza, presenciando a votação do prefeito Roberto Cláudio no Colégio Batista. Além do governador do Estado, estava no grupo a próxima vice-governadora do Estado, Izolda Cela.
Em entrevista, o governador Cid Gomes reconheceu que um dos motivos que contribuíram para a escolha do nome de Camilo Santana como candidato a governador foi a possibilidade de Lula apoiar uma candidatura que faria oposição ao atual Governo Estadual. No caso, Eunício Oliveira. "Não foi uma decisão unilateral, foi coletiva. Precedeu uma conversa com todos os pré-candidatos e com o Partido dos Trabalhadores", alega, ressaltando que Camilo Santana é "sensível" e tem "carisma".
Cid aproveitou o ensejo e disparou críticas ao PMDB, cogitando a criação de um novo partido para se contrapor à legenda em âmbito nacional. "O PMDB é um mal terrível nesse país e tem que ser combatido (...) porque é um ajuntamento de seções regionais sem nenhuma identificação entre eles, mas tem um interesse comum, que é chantagear o governo para ocupar espaços nos governos", declarou.

Aval do PROS
Prosseguindo nas críticas, o governador assegurou que não tomará nenhuma decisão sem o aval do PROS, ao qual ele é filiado. "São o que há de pior na política, o Brasil precisa se livrar do PMDB. Não farei nada que não seja combinado com o meu partido", completou o chefe do Executivo cearense.
Durante a entrevista, Cid Gomes também alfinetou o PSDB, ao qual tanto ele como Ciro Gomes já foram filiados. "O PSDB deixou de ser um partido mais solidário com os mais simples e passou a ser um partido da elite e gostou dessa posição. E o Aécio se rendeu a isso", declarou.
Justificando sua saída do PSDB, Cid Gomes comentou o fato de ser conhecido por ter passado por vários partidos. "As pessoas às vezes reclamam de gente que muda de partido. A gente tem uma trajetória - realmente não tenho como desconhecer - de mudança de partido, mas como regra indo para a oposição", ressaltou. "O Aécio tem carisma, mas ele foi muito mal orientado pelos marqueteiros dele, ficou irônico, agressivo na campanha", completou.
Afirmando ter feito uma campanha propositiva, Camilo Santana admitiu que os maiores desafios a serem enfrentados no Ceará, nos próximos anos, são as áreas da saúde e da segurança pública. "Sempre disse que sou candidato para garantir o que está funcionando no Ceará nos últimos sete anos e corrigir aquilo que não funcionou bem", destacou, prometendo ainda executar 1,5% do orçamento para a área da cultura.
"Vamos trabalhar no sentido de fortalecer as ações aumentando o Raio, que é uma polícia mais ostensiva. E, nas áreas mais críticas, fazer parceria com Governo Federal para combater o crack", disse o petista ao ser questionado sobre as políticas para a segurança pública.
Entretanto, quando a pergunta foi sobre a participação do PT nacional na campanha do Governo do Estado, Camilo Santana limitou-se a responder: "Tranquilo, correu tudo bem com a campanha", declarou, entre risos. No Ceará, nem Lula nem Dilma pediram votos a Camilo Santana para não desagradar o PMDB do adversário do petista na disputa, Eunício Oliveira, que foi derrotado nas urnas.

Diário do Nordeste
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