18 de janeiro de 2014

PF desarticula quadrilha que fraudou a Caixa em mais de R$ 70 milhões

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv2evfScbFsTRO5O6TymFqJR_ld9K-3k4w7UbVgtJWM4cl6APcMuPupOQovbnOgwtF2ZN1Ye6FybZnzq69InwVPBKlOmCt6Gp78425zzCH_5cMeB_rHWid_PwV8sJlbeare0bOWbhs5BoU/s1600/caixa+economica+federal+51+logo.jpgA Polícia Federal desencadeou neste sábado (18/01) uma operação em três Estados para desarticular uma quadrilha que fraudou a Caixa Econômica Federal em mais de R$ 70 milhões no fim do ano passado.De acordo com a PF, o banco disse que se trata da maior fraude já sofrida em toda sua história.A fraude, segundo a PF, consistiu na abertura de uma conta corrente na agência da Caixa em Tocantinópolis (TO), em nome de uma pessoa fictícia, para receber um prêmio falso da Mega-Sena no valor de R$ 73 milhões.

A conta foi aberta no dia 5 de dezembro, segundo o delegado da PF Omar Afonso de Ganter Pelow. O dinheiro foi transferido em seguida para diversas outras contas. O agente da PF Jorge Apolônio Martins disse que esta foi a quarta vez que o golpe foi aplicado no Brasil. Em geral, o gerente da Caixa é cooptado pela quadrilha e confirma o recebimento do prêmio, transferindo o valor para uma conta dos fraudadores. O gerente-geral da agência de Tocantinópolis é suspeito de envolvimento no crime e está preso desde o dia 22 de dezembro. Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva, dez mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva (quando o suspeito é obrigado a depor na delegacia) nos Estados de Goiás, Maranhão e São Paulo. Entre os investigados que tiveram a prisão preventiva decretada está um suplente de deputado federal do PMDB do Maranhão. O nome dele não foi revelado pela polícia, mas a Folha apurou que se trata de Ernesto Vieira Carvalho Neto (PMDB-MA). Carvalho Neto adquiriu um avião de pequeno porte há menos de um mês, e a PF suspeita que a compra tenha sido feita com dinheiro da fraude. Neste sábado, a reportagem não conseguiu contato com a Câmara dos Deputados nem com a assessoria do suplente. Os investigados pela operação devem responder pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público por funcionário do Estado), receptação majorada (de bem público), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a 29 anos de reclusão. A Caixa já bloqueou as contas e recuperou cerca de 70% do dinheiro desviado. A quadrilha está espalhada pelo Brasil, o que dificulta a investigação, informou a PF, que batizou a operação de Éskhara, nome que vem do grego e significa "escara", uma ferida que nunca se cura. Policiais federais do Tocantins, Goiás, Maranhão e São Paulo participaram da operação; ao todo, há mais de 65 agentes envolvidos. A Caixa afirmou, em nota, que acionou a polícia assim que a fraude foi percebida e se disse à disposição da PF para colaborar com a investigação.

Fonte: Folha de S.Paulo
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