"A memória deste excelente diplomata russo, um homem que fez tanto para combater o terrorismo, (...) permanecerá em nossos corações para sempre", afirmou a porta-voz da chancelaria de Moscou, Maria Zakharova.
A RIA, agência de notícias estatal russa, informou que a segurança ao redor da Embaixada da Rússia em Ancara foi reforçada após o incidente.
A ONU (Organização das Nações Unidas) condenou o ataque.
Karlov tinha 62 anos, era diplomata de carreira e serviu na Coreia do Norte entre 2001 e 2006. Desde 2013, ele ocupava o cargo de embaixador na Turquia e, nas últimas semanas, participou das negociações com a Turquia que levaram à retirada de civis e rebeldes das áreas cercadas pelo regime sírio em Aleppo.
Atritos
A morte do embaixador pode agravar os delicados laços diplomáticos entre Rússia e Turquia. Os países haviam se reaproximado, após um período de estranhamento, mas ainda defendem posições opostas no conflito sírio.
No contexto da guerra civil na Síria, a Rússia apoia o regime de Bashar al-Assad, enquanto a Turquia apoia rebeldes que tentam derrubar o ditador desde março de 2011.
A fronteira entre a Turquia e a Síria foi especialmente importante para a passagem de militantes armados, durante os últimos anos, como os membros da organização terrorista Estado Islâmico.
O atrito entre os países teve seu ápice em 2015, quando a Turquia abateu um jato russo, acusando o país de ter violado seu espaço aéreo. Moscou negou a invasão.
A morte do embaixador ocorre, ademais, na véspera de uma reunião entre os chanceleres da Rússia, do Irã e da Turquia em Moscou para discutir a situação síria.
Nos últimos meses, os dois países vêm buscando normalizar suas relações. Em outubro, eles firmaram um acordo que prevê a cooperação na construção de um gasoduto submarino.
Folhapress